Triunfo de José Pedro Fontes coloca um trio na luta pelo título

E de quatro (candidatos) na corrida ao título absoluto, ficaram três. José Pedro Fontes conquistou, graças a meritória ponta final, o primeiro triunfo do Citroën C3 em provas nacionais ao impor-se no emotivo Rali Amarante-Baião.

O Clube Automóvel de Amarante, neófito no escalão máximo dos ralis nacionais passou no exame: estrutura de prova do agrado dos concorrentes e do público; boa promoção e indicações preciosas na estrada, através de sinalética eficaz, o que se refletiu na presença do público, que emoldurou as classificativas em dia de autêntico verão e emprestou ambiente vibrante à passagem dos concorrentes.

E, tal como na cerimónia de apresentação do rali, não faltou a presença do presidente da FPAK, Ni Amorim neste rali em que o Bentley GT3 de Mex Machado Santos em dupla com Sérgio Paiva abriu a estrada e Carlos Vieira, o actual campeão nacional, visitou o parque de assistência, confirmando, para agrado de toda a comunidade dos ralis e não só, uma recuperação espectacular.

As gentes da região de Amarante e Baião têm enorme paixão pelos ralis e o futuro só pode passar por um rali que acabou por insuflar ar fresco e mais jovial no arquétipo tradicional das provas nacionais desta disciplina, que pede meças, em termo de popularidade e adesão dos espectadores a muitas outras modalidades.

Agora, há um ano pela frente para limar algumas (poucas) arestas, inevitáveis quando a fasquia atinge altura elevada.

Emoção até ao último metro

No plano desportivo, o penúltimo rali da temporada foi um sucesso, dada a incerteza do vencedor até ao derradeiro troço. Um despique emocionante, com João Barros a assumir desde início o protagonismo, pese embora a estreia do carro e do navegador.

O piloto do Skoda liderou do início até à penúltima classificativa, «Entrámos com o pé direito, contámos com boas afinações. O Skoda, comparado com o Ford Fiesta, é mais estável, nomeadamente quando o piso muda. A traseira tem um comportamento mais eficaz e o motor corresponde muito melhor, com mais eficácia nas saídas de curva em traçados encadeados. Neste aspeto, o chassis é espetacular», asseverou o piloto de Paredes.

João Barros teve estreia auspiciosa com António Costa ao lado no Skoda Fabia e colocou à venda os Ford Fiesta
João Barros teve estreia auspiciosa com António Costa ao lado no Skoda Fabia e colocou à venda os Ford Fiesta

João Barros teve estreia auspiciosa com António Costa ao lado no Skoda Fabia R5 e colocou à venda os Ford Fiesta.

Para João Barros, encantado com o Skoda novo em folha, «há pormenores que fazem a diferença. A tranquilidade no habitáculo é outra vantagem; por isso, habituei-me rapidamente», confessou.

Com galhardia e com enorme determinação, João Barros lutou sem desfalecer pelo triunfo que escapou entre os dedos. Apesar de tudo, «foi um rali espectacular», sublinhou João Barros, suplantado por 5 segundos e que agora está empenhado em vender os Ford Fiesta R5 e alinhar no Algarve.

O forcing final de José Pedro Fontes, em clara subida de forma, nomeadamente em termos físicos, foi determinante para o piloto do Citroën C3 somar, pela 2.ª vez consecutiva, a pontuação máxima em termos de campeonato.

«Foi um triunfo suado, mas muito saboroso, num rali exigente, em que o mínimo erro podia deitar tudo a perder, tal o nível a que andámos», referiu o vencedor, sem deixar de elogiar o adversário mais directo e colocar dedicatória neste êxito:

«Felicito o João Barros pela excelente prova que fez, sendo que também ele seria um justo vencedor e dedico este triunfo à Inês Ponte, depois do período difícil que ambos atravessamos». Sem esquecer o labor da equipa Sports & You, Fontes abriu já a janela do futuro, de onde se vislumbra o decisivo Rali Casinos do Algarve:

«Estamos focados em repetir a dose, até porque este triunfo veio apimentar ainda mais a luta pelo título que será decidido na última prova, embora sabendo que é imperioso vencer e ficar dependentes do resultado dos nossos outros dois rivais».

Em boa forma física, José Pedro Fontes (Citroën C3) demonstrou a comprovada rapidez no asfalto: venceu seis das 11 classificativas
Em boa forma física, José Pedro Fontes (Citroën C3) demonstrou a comprovada rapidez no asfalto: venceu seis das 11 classificativas

Em boa forma física, José Pedro Fontes (Citroën C3) demonstrou a comprovada rapidez no asfalto: venceu seis das 11 classificativas.

O mais sério rival nesta corrida continua a ser Armindo Araújo, que completou o pódio e consolidou a liderança do campeonato. O piloto do Team Hyundai Portugal não se furtou a confirmar que «na primeira metade do rali não conseguimos ser mais rápidos e perdemos tempo para os pilotos da frente. As alterações efectuadas para a última secção permitiram garantir uma margem confortável sobre o nosso mais directo adversário nas contas do campeonato», referiu.

Na luta (matemática) a três - com Fontes e Teodósio - pela conquista do título, Armindo Araújo preferiu elogiar o trabalho da estrutura espanhola RMC, que «fez um grande trabalho para podermos chegar ao Algarve nestas condições e o nosso foco, a partir daqui, está completamente direcionado na conquista do título».

No entanto, Armindo Araújo, que geriu com eficácia a sua actuação, confessou que «o carro não estava ao nosso gosto e foi necessário alterar para descolarmos do Ricardo Teodósio».

Armindo Araújo e Luís Ramalho (Hyundai i20) em ação na bonita classificativa do Marão
Armindo Araújo e Luís Ramalho (Hyundai i20) em ação na bonita classificativa do Marão

Armindo Araújo e Luís Ramalho (Hyundai i20) em acção na bonita classificativa do Marão

Outro dos protagonistas foi Ricardo Teodósio, claramente em alta desde que abraçou o projeto Skoda Fabia com a ARC Sport.

«Andámos muito depressa e até com alguns sustos pelo caminho, mas infelizmente não chegou. Preciso de ter mais confiança e de acreditar mais nas zonas decisivas», confessou o piloto algarvio, que perdeu o último lugar do pódio na 5.ª especial a favor de Armindo.

Ricardo Teodósio mantém vice-liderança do campeonato

Apesar do 4º lugar alcançado, Teodósio continua na vice-liderança do campeonato, que «vai ser decidido no Algarve. Tentámos alcançar uma melhor classificação, mas não foi possível, pois todos os nossos adversários atacaram forte na fase derradeira do rali e não deu para aguentar o ritmo. Terminámos sem problemas, e isso é o mais importante», sublinhou Ricardo Teodósio, que vai estrear-se com um R5 no rali da sua região.

Ricardo Teodósio e José Teixeira (Skoda Fabia) rubricaram atuação muito positiva e continuam na luta pelo título absoluto
Ricardo Teodósio e José Teixeira (Skoda Fabia) rubricaram atuação muito positiva e continuam na luta pelo título absoluto

Ricardo Teodósio e José Teixeira (Skoda Fabia) rubricaram actuação muito positiva e continuam na luta pelo título absoluto

No final, Miguel Barbosa (5.º classificado) era o rosto do desalento, tão longe ficou do objectivo traçado: «Tínhamos naturais e fundadas expectativas de lutar pela vitória, na sequência do desempenho na Madeira.

Preparámos com todo o rigor esta prova, o Skoda esteve impecável, mas não conseguimos entrar no ritmo dos nossos directos adversários. Não tenho para já uma explicação plausível para esta situação, pois no segundo dia estivemos sempre fora do ritmo que já mostrámos ter», confessou o piloto do Skoda.

Miguel Barbosa e Hugo Magalhães (Skodda Fabia) não conseguiram melhor que o 5.º lugar e ficaram fora da corrida ao título
Miguel Barbosa e Hugo Magalhães (Skodda Fabia) não conseguiram melhor que o 5.º lugar e ficaram fora da corrida ao título

Miguel Barbosa e Hugo Magalhães (Skodda Fabia) não conseguiram melhor que o 5.º lugar e ficaram fora da corrida ao título

Estreia positiva com um R5 teve Diogo Gago. O jovem piloto algarvio terminou na 6.ª posição e efectuou boa progressão ao longo do rali, «graças a um excelente trabalho de equipa».

«O Hyundai i20 é um carro de um outro campeonato onde quero chegar», sublinhou,

Pedro Almeida (Ford Fiesta) continuou de modo eficaz o processo de evolução e terminou na 7.ª posição, á frente do melhor dos irmãos Meireles: Pedro Meireles (Skoda Fabia), apesar de ter sido «uma prova para esquecer».

Paulo Meireles voltou a participar, 13 anos depois, num rali de asfalto!

E logo no rali amarantino, em que registou, no então Nacional de Iniciados, a única desistência, no ano (1992) da conquista do título com o saudoso navegador local, António Abreu.

«Este foi um resultado acima das minhas expectativas num rali muito exigente em especial em termos físicos. Entre os pilotos da frente, o ritmo foi infernal», sublinhou Paulo Meireles (9.º classificado).

Um ano e três meses volvidos, Joaquim Alves (Skoda Fabia) voltou a alinhar num rali em asfalto. «Para atentar reaprender o carro e regressar ao ritmo ideal», referiu o piloto de Cesar, que fechou o top 10,

Vítor Pascoal (11.º) não teve problemas no potente Porsche 997 GT3, um carro que deu espectáculo, apesar do traçado mais sinuoso de algumas classificativas.

Bernardo Sousa brilhou nas 2WD

O madeirense Bernardo Sousa teve regresso auspícios às provas nacionais, desta vez ao volante de um Peugeot 208 R2. Actuação brilhante do piloto do Funchal, que contou, de novo, com o amarantino Valter Cardoso no banco do lado direito.

Bernardo Sousa tem em mente participar no rali algarvio, pelo que o Hyundai i20 R5 de Carlos Vieira pode ser uma hipótese em aberto ...

Com o triunfo de algum modo entregue a Bernardo Sousa, que após manhã ao ataque passou a gerir a vantagem do Peugeot 208 R2 da categoria RC4, a batalha pelos restantes lugares do pódio foi renhida entre Miguel Correira, Daniel Nunes e Gil Antunes, um trio que terminou, por esta ordem. separado por 6.8 segundos.

Revelador da enorme competitividade está ainda o facto de Miguel Correia/Pedro Alves (Renault Clio R3) e Daniel Nunes/Rui Raimundo (Peugeot 208 R2) terem rubricado, no último troço, exatamente, o mesmo tempo - 8m37.60s.

O piloto bracarense tirou nove segundos em relação à primeira passagem, enquanto Nunes retirou, nada mais, nada menos que 12 segundos.

Miguel Correia (Renault Clio R3), 2.º classificado, a 16,5 segundos, sublinhou o facto de ter sido «um rali excepcional com troços muito giros», enquanto Daniel Nunes, que gastou mais 19,6 segundos em relação ao vencedor, sofreu um furo, o que obrigou a toada de forte ataque na fase derradeira do rali.

A dupla Rafael Cardeira/André Couceiro (Renault Twingo) venceu a categoria RC5 em duelo com Tiago Raposo de Magalhães/Tiago Carvalho (Kia Picanto) e conquistou o respectivo título.

Joaquim Bernardes domina Clássicos

A dupla Joaquim Bernardes/Laurinda Alves (Volkswagen Golf GTi) venceu, nos Clássicos, todos os troços e terminou com 6m 49s de vantagem. Cipriano Antunes/Fernando Almeida (Audi Quattro) cedo se instalou na segunda posição, vindo a terminar com 31 segundos de vantagem sobre a dupla espanhola German Fortes/Félix Suarez (Ford Sierra RS Cosworth).

Ricardo Matos mantém candidatura à Taça FPAK

Ricardo Matos /Carlos Matos dominaram a prova quase de fio-a-pavio. A dupla do Mitsubishi Lancer IX venceu todas as especiais com excepção da última, já que nos metros finais a transmissão traseira cedeu, obrigando a levantar o pé. Um susto que não comprometeu o resultado final e permitiu ao piloto de Amarante adiar a decisão do título para a derradeira jornada.

«É um momento de sonho para qualquer piloto vencer um rali às portas de casa. Fizemos sempre uma prova muito regular», confessou o vencedor.

«Adotámos uma toada forte, mas com alguma cautela de modo a não deitar tudo a perder. Queríamos adiar a decisão do título para a última ronda e foi o que conseguimos», sublinhou Ricardo Matos.

«No último troço, apanhámos um susto com um problema na transmissão traseira à saída de um gancho, mas conseguimos terminar e vencer que era o nosso principal objectivo», sublinhou o piloto amarantino.

A correr em casa, a dupla Ricardo Matos/Carlso Matos (Mitsubishi Lancer) venceu e mantém o sonho de conquistar a Taça FPAK
A correr em casa, a dupla Ricardo Matos/Carlso Matos (Mitsubishi Lancer) venceu e mantém o sonho de conquistar a Taça FPAK

A correr em casa, a dupla Ricardo Matos/Carlso Matos (Mitsubishi Lancer) venceu e mantém o sonho de conquistar a Taça FPAK

A dupla Pedro Silva/Alexandre Rodrigues (Peugeot 208 R2) apostou no ataque na última especial, rubricou o melhor tempo conservou o segundo posto final, à frente de Manuel Pinto/Francisco Martins (Skoda Fabia R2), a dupla que completou o pódio.

Classificação final

1º José Pedro Fontes/Paulo Babo (Citroën C3 R5), 1h 07m27,7s

2º João Barros/António Costa (Skoda Fabia R5), a 5 segundos

3º Armindo Araújo/Luís Ramalho (Hyundai i20), a 26,1 segundos

4º Ricardo Teodósio/José Teixeira (Skoda Fabia), a 49,9 segundos

5º Miguel Barbosa/Hugo Magalhães (Skoda Fabia), a 1m 51,6s

6.º Diogo Gago/Jorge Carvalho (Hyundai i20), a 2m 23,8 s

7.º Pedro Almeida/Nuno Almeida (Ford Fiesta), a 2m 39,5s

8.º Pedro Meireles/Mário Castro (Skoda Fabia), a 2m 46,8 s

9.º Paulo Meireles/ ( )Hyundai i20), a 3m 40,4s

10.º Joaquim Alves/Miguel Ramalho (Skoda Fabia), a 3m 53,3 s

Próxima prova (última): Rali Casinos do Algarve, dias 17 e 18 de Novembro.

Ver mais em: https://cpr.cronobandeira.com/

Fonte: António Catarino

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